segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sobre uma procura idiota.


Ela procurava alguma coisa.
A cada pessoa que passava.
Em cada rosto que ela olhava.
A sensação era a mesma...
Quanta angústia!
O que será que aquela loira parada naquela movimentada estação de metrô estava a procurar?
A ansiedade era tanta que parecia que era o próximo que passasse.
Mas a angústia não acabava, parece que esse alguém nunca chegaria.

Estava para chegar a cada instante, mas nunca aparecia.

Ela passou horas, dias, meses esperando aquela pessoa chegar.
Não saiu de lá para nada.
A fome, a sede e o sono tinham ído embora, levados pelas lágrimas de todo o sofrimento pelos erros que ela havia cometido.
Mas certamente tudo voltaria ao normal quando ele finalmente aparecesse.
Então ela esperou mais.
Mais algumas horas.
Mais alguns dias.
Infinitos dias.
Até que um dia ela perdeu as esperanças de conhecer aquela pessoa tão especial.
Estava cansada de esperar.
Tinha concluído que esse encontro nunca aconteceria.
E resolveu voltar pra casa.

Ao se aproximar de casa viu um homem deitado em frente à sua porta.
Com um bilhete ao lado, com as seguintes palavras:

"Aqui jaz o amor da sua vida.
Por quem você passou meses atrás
Você passou por mim quando saía.
Não te parei pois você parecia muito apressada pra um compromisso.
Aparentemente você ía para um lugar muito importante.
Resolvi te esperar aqui na porta, assim logo que você chegasse me veria.
Mas sinto que não terei tempo suficiente para te esperar.
Eu te amo.
Te amei mesmo não podendo compartilhar contigo meu amor.
Quem sabe numa próxima vida.
A gente se encontre a tempo de ser feliz."

Fim

Às vezes parece melhor esperar em casa.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mim e elas.

Amigas.
Aquelas de verdade?
Dá pra contar em uma mão!
Em compensação eu faço toda e qualquer coisa por elas.
É muito difícil pra mim vê-las sofrendo.
Eu me pego perguntando baixinho "porque é com elas e não comigo?"
Eu me acho mais fria e calculista quando o assunto é amor.
Não que ele não exista, mas ele não é ator principal.
Isso assusta as pessoas.
[e às vezes me assusta também.]
Do alto da minha suspeita opinião, acho que ninguém aprendeu o quanto eu aprendi, embora muitos tenham passado pelo que passei.
E todo esse aprendizado me faz pensar que se fosse comigo seria diferente.

Haveria muito menos sofrimento.
Eu aceitaria muito mais fácil.
Eu seria muito mais serena e calma.

Não que elas façam errado.
Só acho que o modo como encaram a vida é diferente do meu.
Claro, 'tudo é diferente!'.

Mas na verdade eu não sei como seria se fosse comigo.
Nem quero saber disso, já que não pode ser assim.
Só quero poder fazer mais do que amargar essa angústia que me mata a cada conversa no msn, a cada lágrima derramada, a cada arranhão.

Eu queria de verdade poder fazer algo.
Algo além de figuinhas.
Algo além de falar.
Algo além de torcer.
Algo além de amar.
Algo além.


Amor de verdade.
(L)

sábado, 3 de abril de 2010

De quem é a culpa.


Incrível como as pessoas gostam de achar culpados.
Quem não lavou a louça?
Quem te machucou?
Quem disse que eu não te amo?
Quem?
Muitas vezes pouco importa quem foi, importa o que restou.
A louça suja, o machucado sangrando, o amor.

E essa dúvida de 'quem' foi nunca tem a alternativa 'eu mesmo'.
É sempre tão mais simples culpar o outro pelo que te incomoda, pelo que te estressa.
A rua está suja porque 'os outros' jogam lixo em qualquer lugar, mas o que você faz com seu papel de bala?
Você está triste, porque alguém que você queria não te quer mais, mas quem foi que deu esperanças?
A ilusão é algo que você mesmo cria, não precisa de muitos estímulos externos. E quando você percebe que era realmente só uma ilusão bate a raiva, e você só sabe repetir aos seus amigos "Ela me iludiu!".
99,99% das coisas que você pensa, sente ou acha veio de você.
Não vale culpar os outros por isso.
É pura covardia.
Saber assumir o erro e usar isso como aprendizado e para seu crescimento é sempre melhor.
Deixemos de lado a busca insana pelos culpados, e façamos nós mesmos a forma certa.
Assim o risco de traumas é menor, e se sair errado a responsabilidade será só sua.
Isso vale pro amor, pro planeta, pra família, pros amigos, pra tudo e pra todos.
A cada dia você passará por uma situação desagradável diferente, cabe a você escolher se vai ficar deprimido e dormir o resto do dia; ou se vai refletir sobre o assunto, aprender e crescer mais um pouco.



Escolhas.
Faça as suas.
Assuma a responsabilidade.
E viva em PAZ!