sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Nunca

Nunca é tarde para você fazer planos, para tentar mudar o que não está indo bem ou tornar ainda melhor aquilo que já era bom.

Nunca é tarde, e a vida não muda apenas na virada do ano.

A vida muda na virada dos dias, na virada das horas.

A cada instante você tem a chance de mudar.

A cada momento.



Não precisa esperar o ano novo!

Faça já!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ela


A peguei olhando para o nada
Naquela pose clássica
Mão no rosto cotovelo na mesa
Não ousei acordá-la
Ainda que ela não estivesse de olhos fechados
Sei muito bem que nesse planeta ela não estava

Sentei-me atrás dela
Longe o suficiente
Para que ela não notasse minha presença
E continuei ali
Observando aquele olhar
Ao mesmo tempo que perdido
Também concentradíssimo
Em que?
Era essa minha maior curiosidade

Ou melhor,
É essa a minha maior cusiosidade
Depois de tanto refletir
Ela simplesmente se levantou e me disse

Adeus.



Não me incomoda tanto que ela tenha ido
O que me dói é não saber por que ela se foi.
O que fiz de errado e como poderia consertar
Acho que era exatamente isso
Que ela não aguentava mais...
Todas as minhas tentativas
De me fazer outra pessoa por ela.


Até hoje me pego tentando adivinhar o que ela estaria pensando aquele dia.
Eu sei, nada vai mudar.

Volta, e me conta o que foi?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sabedoria


Ela sabe tudo da vida.
Conhece perfeitamente todas as coisas do mundo.
Sabe as respostas de todas as perguntas.
Ela sabe como, com quem e onde será seu futuro.
Ela sabe cada detalhe da vida.
Tudo.
Ela sabe.
Mas quem é ela, afinal?
Essa detentora de tanta sabedoria...

Ela é só uma garotinha!








Nada como a convicção que se tem quando novo...

Pois quanto mais velho você fica menos certezas você tem!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

É sempre assim.


Quer queira, quer não, nossa presença é sempre uma promessa muda. Descia eu na frente pela escada de incêndio com duas mãos pequenas nos ombros e um hálito feliz me abraçando. A luz pifa de assalto, eu paro, você tromba em mim e ri forte. Como você quer descer escadas sem enxergar? - "Caminho em qualquer escuridão com seus ombros por perto, confio que você não vai me deixar cair". Tão perigosas metáforas, quanto seus beijos acidulantes de morango.


É bonito de se ver. A gente hoje se respira, se envolve feito leite e café. E esse querer é uma noite apaixonada de sexo com um dia seguinte, onde cada qual toma seu rumo. No melhor estilo Milan Kundera, nos amaremos para todo o sempre, até que uma manhã dessas, seja a seguinte.

A manhã seguinte ainda vai desanuviar, a cada palavra não dita, a cada pensamento reprisado, cada dia mais frio, nos fazendo presas fáceis do sofrimento, da decepção. Não adianta, vou desapontá-la. Um dia, vou deixar você cair. E você também vai. É assim.

Fragmento de "A manhã seguinte sempre chega"

de Gabito Nunes

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ando


Ando perdida nas ruas olhando, procurando, onde pode ter ido parar.
Você viu? Ela viu? Alguém viu?

Passou por aqui?
Explico como era, conto a importância.

Ninguém sabe...

Ninguém viu....


Será que foi um sonho?

Será que foi SÓ um sonho?





Ainda que tenha sido apenas isso, foi o sonho mais lindo da minha vida!
Ficará guardado pra sempre na memória e eu nunca desistirei de torná-lo realidade!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nem sob tortura.

Não.

Em nenhuma hipótese.

Eu não vou te contar nada do que estou pensando.

Não interessa a você nem a ninguém mais além de mim.

Quem será capaz de arrancar da minha garganta o que está no pensamento?

O máximo que você pode conseguir é concluir algo ao me observar.

Palavras não serão mais ditas.

Já disse tudo que deveria ser dito.

De nada adiantou.



Pois a partir de agora sigo em silêncio!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sobre a necessidade do sempre, ou a capacidade de arruinar tudo.



Ainda nem inaugurou, mas já é 24 horas.
Ainda nem começou, mas já é pra sempre.
Ainda nem nasceu, mas já tem nome.
Ainda nem aconteceu, mas já tem padrinhos.

Ainda nem acabou, mas já é definitivo.





Viva a vida mais leve, sem essa recorrente necessidade do 'sempre'.
Que seja eterno enquanto dure.
E ponto.
,)

domingo, 7 de novembro de 2010

Dentro


Ela olhou pra direita e viu um imenso branco. Não era nenhuma luz ofuscando seus olhos, era a alva paisagem que ela podia ver.
Estremeceu. Não havia ninguém até onde a vista pudesse alcançar.
Nem pessoas, nem casas, nem ruas, nem fios.
Não havia nada.
Ou melhor, havia o nada.
Decidiu observar o outro lado, dizem que sempre há um lado bom das coisas, então ela decidiu apostar.
Embora estivesse com medo, num ímpeto de coragem virou-se para a esquerda.

E eis que ela avista o... nada!
Toda aquela vasta superfície cintilante, refletindo o sol forte que brilhava no céu.
Ah sim, o sol. Sabia que ainda teria algo, impossível ter o nada como companhia.
Aliviou o desespero por um instante, com o sol a vida estava garantida.
Sentou-se e permitiu-se contemplar por alguns instantes aquela vista estranha.
Linda e estranha.
Imagine-se no meio de um infinito branco, com o sol como única companhia.
Aparentemente querem que você reflita.
Olhe pra dentro de você mesmo, já que não há nada lá fora para ser mais interessante e desviar a atenção.

Olhar pra dentro de nós mesmos...

É necessário mais que o infinito para (re)conhecer tudo que há alí.
Talvez nem todo o tempo do mundo permita essa façanha.

Mas ainda que pareça tão lindo esse momento de descoberta e reflexão, eu daria tudo pra não tê-lo.

Amigos já me diriam... eu tenho mania de querer abraçar o mundo.
Grande ilusão a minha, pensar que isso pode acontecer.
Não dou conta nem do pouco que tenho, que dirá administrar todas as possibilidades.
Provavelmente a insatisfação seria bem maior.
Afinal, quanto mais se tem mais se quer.

E quanto mais eu falo menos consigo me entender.
Melhor ficar por aqui, antes que o ato de escrever também me enjoe e não me reste mais nada.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diálogo

- E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)



- Ah. Porque eu sou tímida.

Rita Apoena

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Rotatórias

Rotatórias existem pra você passar por elas.

E não para você ficar preso, girando infinitamente.

Elas são essenciais para evitar batidas nos cruzamentos.
Rotatórias pra vida, pra que as pessoas deixem de colidir com as outras...
Deixem de ir de encontro às outras.
Mas não deixem de ir ao encontro delas.

Rotatórias são também chamadas de balão.
Mais uma prova de que não é pra você se prender nela.
Ela não é uma prisão.
E sim uma facilidade pra que você chegue rápido ao seu destino.

Vá em frente, não se atrapalhe.
Não pare, não morra, não se confunda.
Não perca o foco.
Prossiga.

Os semáforos no vermelho te obrigam a parar,
independente de como esteja o trânsito.
As rotatórias os substituem.
Sendo assim, como não achá-las libertadoras?
Basta prestar atenção à sua volta,
e assim que tiver condições siga em frente.
Sem ordens, sem limites, sem restrições.


Você escolhe suas rotatórias.
E o momento de sair delas.


Boa sorte.
,)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sobre nós, jogadores.


Todo jogador vira peça.


Mais cedo ou mais tarde as posições se invertem.


E você que já foi o dono do jogo vira apenas mais uma peça no tabuleiro.


O jogo se inverte e aquele com quem você brincava agora brinca com você.


Divirta-se!



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Até.


No calor do momento a gente fala demais...
Mas sempre há um pouco de verdade nas nossas palavras.
Não há chance de voltar, o que foi feito está feito.
Nada pode mudar.

Estávamos no Paraíso, eu ouvia nossa música predileta ao som dos violinos.
Mas agora eles foram embora, e ninguém quer encarar a realidade.

Mas você não acredita no que o amor pode fazer...
...até que aconteça com você.


Cheguei em casa e então percebi o quanto as coisas são diferentes, agora que estou sem você.
Passávamos a noite em claro, quando o amor era novo.
Ah, amor, que grande tolice a minha ter acreditado em você!
Mas você só vai aprender essas coisas com a experiência, quando você ficar mais velho.

Eu só queria que alguém tivesse me dito:

Till it happens to you.
(Corinne)


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Vida


A vida é só uma brincadeira.

Um jogo de masoquistas.

Onde todo mundo tem que sofrer.

E quem sofrer mais ganha.




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A vida é só uma brincadeira?

Um jogo de masoquistas?

Onde todo mundo tem que sofrer?

E quem sofrer mais ganha?




PriMelow

sábado, 18 de setembro de 2010

Robô

Meu problema foi ter me mostrado humana demais.
Errante, mutável e muitas vezes incompreensível.

E as pessoas não gostam disso.
Gostam de seres excepcionais, perfeitos e inventados.


Ela é perfeita.

Mas é um robô!



É, não se pode ter tudo.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ctrl V


Não quero metades.
Não quero fragmentos nem partes.

Quero aquilo que apenas a imparcialidade do Ctrl+V pode me oferecer.

domingo, 29 de agosto de 2010

It's all about love.


Às vezes todas as palavras são poucas.
Às vezes nem mesmo todas as folhas de papel são suficientes.
Para que eu consiga explicar...
o que se passa dentro do meu peito.
O que faz o coração saltar pela boca.
Ou em outros momentos simplesmente parar.

Toda essa minha incredulidade no amor.
Eu sei muito bem de onde vem.
Vem de todas as tentativas frustradas.
De todo o sofrimento que passei.
Que foram aos poucos levantando um muro.
Grande, forte e resistente.

Mas a vida não existe pra quem desiste.
A vida não existe pra quem resiste.
A partir disso, eis que tomo uma resolução.
Está decretado que de hoje em diante eu acredito no amor.
E o próximo que vier não encontrará resistências.
Embora eu não vá amar o primeiro que aparecer,
estou realmente de peito aberto,
para alguém que queira se aconchegar no meu coração cheio de remendos e cicatrizes.
Ainda que não seja um lugar novinho em folha,
o morador pode estar certo de que nada lhe faltará enquanto ali morar.

Eu quero.
Eu quero me entregar de corpo e alma.
Quero fazer da sua família a minha família.
Da minha família a sua família.
E das nossas famílias a nossa família.
E depois, daqui alguns anos a nossa família.
Eu quero fazer planos novamente.
Eu quero imaginar a nossa vida daqui 40 anos.
Eu quero pensar nos nossos filhos,
na nossa casa cheia de amigos no final de semana.

Eu quero me entregar.
Eu quero que você se entregue.
Eu quero que caiamos juntos numa nuvem branquíssima,
com pássaros em volta cantando a nossa felicidade.

Eu quero a pureza,
a força,
a felicidade,
e o sofrimento do AMOR.

Porque nada é perfeito.
E não existe bônus sem o ônus.

Mas eu não me importo de sofrer.
O que eu quero mesmo é...
AMAR!


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Viver é unir os retalhos.

Deixar-se guiar pelo medo é usufruir apenas do azul num espectro multicor: é tentar achar o caminho olhando para o céu-sem-nuvens-do-sertão, ao meio-dia.
Você vai queimar o nariz e ainda estará perdida.

Se o medo aparecer, coloque-o no bolso, e siga em frente.

De vez em quando olhe-o, como a um relógio, mas em seguida guarde-o de novo.
Fora do bolso, o medo tende a crescer e engolir quem o segura.
O bolso, Alice, o bolso é o lugar dele, não se esqueça.

E não ligue se as coisas não fizerem sentido: a vida pode acontecer em recortes. . .
Agora não sabemos como juntá-los, mas um dia saberemos.
Por isso, Alice, não jogue os retalhos fora, viver é uni-los, um a um.

Chapeleiro Maluco

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

É engraçado ver como algumas coisas simples da vida podem mudar, inclusive, o conceito de seus argumentos. Eu, já há alguns anos, digo que com argumentos qualquer merda é aceita. Mudo de opinião. Mudo na mesma velocidade como mudo de desejo, paixão ou medo de errar. Um argumento só é forte quando ele gerado para rir o riso ao seu contentamento. Ou seja, quando é visando o bem para ambos.

John Nash, que introduziu o conceito de equilíbrio na teoria dos jogos, foi brilhante. Disse ele que o grupo só sai vitorioso se o individuo agir visando o melhor para ele e para o grupo. Na vida, por mais que necessitamos de momentos de egoísmo, o grupo deve estar sempre em primeiro plano.

Alguns dizem: “não me arrependo do que fiz. Só me arrependo do que não fiz”. Bobagem. Esse é o cumulo do orgulho. Eu me arrependo de muitos erros. De todos os erros, inclusive. Mas o mais questionável, o que mais me enchem o saco, é o fato de pensar no outro antes de pensar em si.

Hoje, sóbrio de orgulho e de alma, vejo que sempre pensei no macro. Dane-se eu. Quero ver os que estão ao meu redor bem. E isso, automaticamente, me faz bem. Inocente como um poema de quinta serie. Mas deprimente como uma bossa-nova.

Sendo assim, nada paga a reciprocidade da valorização.

Ninguém disse que a vida há de ser fácil. Muito menos que, mesmo difícil, ela seja ruim. O amor só é bom se doer.

Hoje eu sorri.

(texto retirado do blog Quem Matou a Tangerina?)

domingo, 15 de agosto de 2010

Jumping!

To liberty?
.
Or to death?
...
Both?




domingo, 8 de agosto de 2010

Simples!


É simples escrever sobre alguém que não existe.
Complicado mesmo é falar daqueles de carne e osso.

É simples imaginar tudo de bom e esperar encontrar isso em alguém.
Complicado é aceitar que aquele cara que você achava sensacional no fundo não passa de mais um ser como qualquer outro.

É simples sonhar com o inexistente.
O difícil é viver com a realidade.

É simples falar pros outros.
Complicado é fazer você mesmo.

PriMelow

Por um segundo


Às vezes vem essa vontade doida de mudar.
Mudar tudo.
Mudar de roupa, trocar de casa, pintar paredes.
Às vezes eu não e aguento de ansiedade.
De querer fazer tudo que eu não fiz por medo, preguiça ou ignorância.

Às vezes da vontade de gritar, para acordar meus sonhos e os vizinhos saberem que eu existo.

Às vezes dá vontade de chorar todos os choros que engasguei, todas as lágrimas que empurrei pra dentro.
Pra me fazer de forte, pra cumprir a promessa que um dia eu fiz diante do espelho.

Tenho a vontade urgente de ser quem pode ser feliz.
Tenho a vontade exata de respirar em paz.
Por um segundo.
Ter de novo a sensação, se um dia eu realmente tive, de ter os ombros leves, sem nenhuma cruz.

É às vezes, essa vontade louca de mudar.
Mas é pra sempre, a sutil de me transformar.


(Texto de Caco Olli)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Noite


E no escuro daquele quarto com paredes infinitas ela estica o braço para tocar aquele rosto tão familiar mas ao mesmo tempo às vezes tão desconhecido.
No silêncio da noite só existem os seus carinhos.
O mundo parou para que ele se deliciasse com as mão macias que ela usa para afagar seu rosto e a sua barba mal feita de sempre.
Ele se vira para ela e a beija.
Com lábios de saudade, com a força de quem tenta expressar seu amor.
Os cabelos recebem o cafuné mais delicioso que alguém já pode ter experimentado.
Do rosto passa para o cabelo, do cabelo a mão naturalmente desliza para suas costas.
As costas recebem aquelas mãos divinas em movimentos especialmente relaxantes e excitantes.
Difícil dizer qual é a real intenção. As sensações se misturam e intercalam.
Ela se realiza ao ouvir o barulho do sorriso dele.
Sim, sorrisos têm som, quando observados entre quatro paredes, no mais absoluto silêncio das madrugadas.
E pra eles qualquer lugar servia de abrigo. Já que o abrigo propriamente dito é o braço do outro se cruzando nas costas, num quase abraço de urso, não fossem braços tão curtos.


Não importa onde, importa quem.
Não importa quando, importa o quê.
;)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A vida é feita de escolhas...



E o amor é uma delas.

Acredito piamente que a vida de cada um de nós é composta por uma sucessão ininterrupta de escolhas. Fazemos escolhas todo tempo, desde as mais simples e “automáticas”, até as mais complexas, elaboradas e planejadas. Quanto mais maduros e conscientes nos tornamos, melhores e mais acertadas são as nossas escolhas.

Assim também é com o amor. Podemos escolher entre amar e não amar. Afinal de contas, o amor é um risco, um grande e incontrolável risco. Incontrolável porque jamais poderemos obter garantias ou certezas em relação ao que sentimos e muito menos ao que sentem por nós. E grande porque o amor é um sentimento intenso, profundo e, portanto, o risco de sofrermos se torna obviamente maior!

Por isso mesmo, admiro e procuro aprender, a cada dia, com os corajosos, aqueles que se arriscam a amar e apostam o melhor de si num relacionamento, apesar das possíveis perdas. Descubro que o amor é um dom que deve vir acompanhado de coragem, determinação e ética.

Não basta desejarmos estar ao lado de alguém, precisamos merecer. Precisamos exercitar nossa honestidade e superar nossos instintos mais primitivos. É num relacionamento íntimo e baseado num sentimento tão complexo quanto o amor que temos a oportunidade de averiguar nossa maturidade.

Quanto conseguimos ser verdadeiros com o outro e com a gente mesmo sem desrespeitar a pessoa amada? Quanto conseguimos nos colocar no lugar dela e perceber a dimensão da sua dor? Quanto somos capazes de resistir aos nossos impulsos em nome de algo superior, mais importante e mais maduro?

Amar é, definitivamente, uma escolha que pede responsabilidade. É verdade que todos nós cometemos erros. Mas quando o amor é o elo que une duas pessoas, independentemente de compatibilidade sanguínea, família ou obrigações sociais, é preciso tomar muito cuidado, levar muito o outro em conta para evitar estragos permanentes, quebras dolorosas demais.

O fato é que todos nós nos questionamos, em muitos momentos, se realmente vale a pena correr tantos riscos. Sim, porque toda pessoa que ama corre o risco de perder a pessoa amada, de não ser correspondida, de ser traída, de ser enganada, enfim, de sofrer mais do que imagina que poderia suportar. Então, apenas os fortes escolhem amar!

Não são os medos que mudam, mas as atitudes que cada um toma perante os medos. Novamente voltamos ao ponto: a vida é feita de escolhas. Todos nós podemos mentir, trair, enganar e ferir o outro. Mas também todos nós podemos não mentir, não trair, não enganar e não ferir o outro.

Cada qual com o seu melhor, nas suas possibilidades e na sua maturidade, consciente ou não de seus objetivos, faz as suas próprias escolhas. E depois, arca com as inevitáveis conseqüências destas.

Sugiro que você se empenhe em ser forte a fim de poder usufruir os ganhos do amor e, sobretudo, evitar as dolorosas perdas. Mas se perceber que ainda não está pronto, seja honesto, seja humilde e ao invés de jogar no chão um coração que está em suas mãos, apenas deixe-o, apenas admita que não está conseguindo retribuir, compartilhar…

E então você, talvez, consiga compreender de fato a frase escrita por Antoine de Saint Exupéry, em seu best seller O Pequeno Príncipe: “Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa”.

Porque muito mais difícil do que ficar ao lado de alguém para sempre é ficar por inteiro, é fazer com que seja absolutamente verdadeiro… ou então partir, inteira e verdadeiramente também! E é exatamente isso que significa sermos responsáveis por aquilo que cativamos…

Rosana Braga

segunda-feira, 5 de julho de 2010

.



Saudade.
Saudade de quê?
Saudade de quem?
Saudade?
O que é saudade?
Pra que serve a saudade?
Do que temos saudade?
Saudade da felicidade?
Saudade da liberdade?
Ou será só saudade?
Pura e simples saudade?
Saudade e felicidade
qual semelhança além da sonoridade?
Na realidade a saudade é só saudade.
Saudade não tem idade
Saudade não tem motivos óbvios
Mas a saudade é a pior parte da realidade.
A saudade é aquele lugar que você não pode fazer nada.
Além de lembrar.
Mas afinal, onde é que as lembranças nos levam?
A momentos felizes?
Então saudade é sinônimo de felicidade?
Felicidade no passado?
Mas quem é que vive se alimentando do passado?
E o que fazer quando a saudade é saudade de alguém que não tem saudade de você?
Como faz pra matar a saudade quando é assim?
Não mata?
Morre?


(There is always hope)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Amor




O que te faz pensar que o amor é tudo?
Que amar basta?

Sabe quantas pessoas você pode amar na vida?

Sabe o que faz você ter esse sentimento por alguém?

Já parou pra pensar que o mundo é tão grande e tem tanta gente que qualquer um pode ser o 'amor da sua vida', o seu 'par ideal'?

Já pensou que você pode estar apostando em um relacionamento sem futuro?

Afinal de contas, o que raios é o amor?

Tem gente que usa o amor como argumento para continuar com determinada pessoa.

Mas será que é isso o amor?

É pra isso que serve o amor?

Para sofrer num relacionamento chato e desgastante?

Se o amor for isso eu não quero.

Prefiro não ser amada.
Ser livre, feliz.
E aproveitar a melhor parte.

Se você quer ficar com a parte ruim, pode ficar.
Mas não use o amor como justificativa para isso.

O amor é o sentimento mais belo e libertador que existe.
Amar não é querer alguém pra você.
Amar é admirar uma pessoa e querer vê-la feliz.
Não importa onde, não importa com quem.
Usá-lo como justificativa para persistir é como usar Deus como justificativa para matar.

Eu não sei dizer ao certo quantas pessoas eu AMO.
E provavelmente muitas delas nem saibam que eu sinto isso.
Mas amar não é levar à público.
Amar é desejar em silêncio.
Amar é fazer figuinhas escondido.
Isso é o amor.
Mais lindo e puro amor.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Parou.

Niguém sabe ao certo em que momento e por qual motivo.
Mas todos sabem muito bem que ela parou.
No meio do caminho, como um trem que subitamente falha.
E estaciona no meio do caminho.
Não deixando que as pessoas vão nem venham.
Atrapalhando o dia-a-dia de todos.


Parou.
Por que?

Parou para esperar aquele que não vem?
Parou para olhar o movimento ao redor?
Parou para frear o rumo lógico da vida?


Parou porque cansou?
Parou porque desistiu?

Não!

Parou pura e simplesmente para alucinar aqueles que a observavam.
Parou porque sabia que todos a olhariam.
Parou para que aqueles que a vissem refletissem.
Parou para que os outros parassem tambem.


Parou porque parar faz bem.
Já que depois da noite vem o dia;
E depois de um fim sempre há um recomeço.

Parou porque parar é sempre bom...

...desde que não seja o fim!


;)

domingo, 2 de maio de 2010

José, para onde?

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio
e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Carlos Drummond de Andrade


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sobre uma procura idiota.


Ela procurava alguma coisa.
A cada pessoa que passava.
Em cada rosto que ela olhava.
A sensação era a mesma...
Quanta angústia!
O que será que aquela loira parada naquela movimentada estação de metrô estava a procurar?
A ansiedade era tanta que parecia que era o próximo que passasse.
Mas a angústia não acabava, parece que esse alguém nunca chegaria.

Estava para chegar a cada instante, mas nunca aparecia.

Ela passou horas, dias, meses esperando aquela pessoa chegar.
Não saiu de lá para nada.
A fome, a sede e o sono tinham ído embora, levados pelas lágrimas de todo o sofrimento pelos erros que ela havia cometido.
Mas certamente tudo voltaria ao normal quando ele finalmente aparecesse.
Então ela esperou mais.
Mais algumas horas.
Mais alguns dias.
Infinitos dias.
Até que um dia ela perdeu as esperanças de conhecer aquela pessoa tão especial.
Estava cansada de esperar.
Tinha concluído que esse encontro nunca aconteceria.
E resolveu voltar pra casa.

Ao se aproximar de casa viu um homem deitado em frente à sua porta.
Com um bilhete ao lado, com as seguintes palavras:

"Aqui jaz o amor da sua vida.
Por quem você passou meses atrás
Você passou por mim quando saía.
Não te parei pois você parecia muito apressada pra um compromisso.
Aparentemente você ía para um lugar muito importante.
Resolvi te esperar aqui na porta, assim logo que você chegasse me veria.
Mas sinto que não terei tempo suficiente para te esperar.
Eu te amo.
Te amei mesmo não podendo compartilhar contigo meu amor.
Quem sabe numa próxima vida.
A gente se encontre a tempo de ser feliz."

Fim

Às vezes parece melhor esperar em casa.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mim e elas.

Amigas.
Aquelas de verdade?
Dá pra contar em uma mão!
Em compensação eu faço toda e qualquer coisa por elas.
É muito difícil pra mim vê-las sofrendo.
Eu me pego perguntando baixinho "porque é com elas e não comigo?"
Eu me acho mais fria e calculista quando o assunto é amor.
Não que ele não exista, mas ele não é ator principal.
Isso assusta as pessoas.
[e às vezes me assusta também.]
Do alto da minha suspeita opinião, acho que ninguém aprendeu o quanto eu aprendi, embora muitos tenham passado pelo que passei.
E todo esse aprendizado me faz pensar que se fosse comigo seria diferente.

Haveria muito menos sofrimento.
Eu aceitaria muito mais fácil.
Eu seria muito mais serena e calma.

Não que elas façam errado.
Só acho que o modo como encaram a vida é diferente do meu.
Claro, 'tudo é diferente!'.

Mas na verdade eu não sei como seria se fosse comigo.
Nem quero saber disso, já que não pode ser assim.
Só quero poder fazer mais do que amargar essa angústia que me mata a cada conversa no msn, a cada lágrima derramada, a cada arranhão.

Eu queria de verdade poder fazer algo.
Algo além de figuinhas.
Algo além de falar.
Algo além de torcer.
Algo além de amar.
Algo além.


Amor de verdade.
(L)

sábado, 3 de abril de 2010

De quem é a culpa.


Incrível como as pessoas gostam de achar culpados.
Quem não lavou a louça?
Quem te machucou?
Quem disse que eu não te amo?
Quem?
Muitas vezes pouco importa quem foi, importa o que restou.
A louça suja, o machucado sangrando, o amor.

E essa dúvida de 'quem' foi nunca tem a alternativa 'eu mesmo'.
É sempre tão mais simples culpar o outro pelo que te incomoda, pelo que te estressa.
A rua está suja porque 'os outros' jogam lixo em qualquer lugar, mas o que você faz com seu papel de bala?
Você está triste, porque alguém que você queria não te quer mais, mas quem foi que deu esperanças?
A ilusão é algo que você mesmo cria, não precisa de muitos estímulos externos. E quando você percebe que era realmente só uma ilusão bate a raiva, e você só sabe repetir aos seus amigos "Ela me iludiu!".
99,99% das coisas que você pensa, sente ou acha veio de você.
Não vale culpar os outros por isso.
É pura covardia.
Saber assumir o erro e usar isso como aprendizado e para seu crescimento é sempre melhor.
Deixemos de lado a busca insana pelos culpados, e façamos nós mesmos a forma certa.
Assim o risco de traumas é menor, e se sair errado a responsabilidade será só sua.
Isso vale pro amor, pro planeta, pra família, pros amigos, pra tudo e pra todos.
A cada dia você passará por uma situação desagradável diferente, cabe a você escolher se vai ficar deprimido e dormir o resto do dia; ou se vai refletir sobre o assunto, aprender e crescer mais um pouco.



Escolhas.
Faça as suas.
Assuma a responsabilidade.
E viva em PAZ!


segunda-feira, 22 de março de 2010

Happiness


Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.
Shakespeare



Aos meus amigos-amores e amores-amigos!
Quem é predileto sabe que é, nem preciso dizer nomes!
;)

domingo, 14 de março de 2010

Dias


Quem convive comigo já está cansado de ouvir frases do tipo "de perto ninguém é normal", ou "todo mundo é louco".
Isso é fato, e se não fosse assim não teria graça nenhuma.
Afinal, qual é o atrativo daquela pessoa certinha e totalmente previsível?
O legal é ser doido mesmo!
Hahaha

Do tipo: "vamos no Coldplay? To indo daqui lá no Credicard Hall comprar o meu ingresso, é só ate hoje, vambora?"
"Bora!"
O.o
Andar quatro quilômetros a pé na Marginal Pinheiros, um Carrefour que não chega nunca, mas quando chega proporciona uns banquinhos pra sentarmos e conversarmos sobre a vida, eles bebendo Heineken e eu água.
E quem, num domingo à noite, vai ao mercado comprar um jogo de panelas, umas cadeiras de plástico, um vaso de plantas. Ela está aos poucos mobiliando uma casa nova, com o amante! Só depois que tiver um lugar pra ir vai terminar o relacionamento de 20 anos com aquele economista rico, porém ocupado demais para dar atenção à ela quando ela precisa.
E aquela pivetinha era adotada! É filha do entregador de pizza, certeza!
xD

Dois dias depois, lá estou eu, sentadinha no Morumbi, esperando o show.
Coldplay está longe de ser minha banda predileta, mas foi muito foda.
Eu não fui como crítica, então achei tudo lindo.
=P
Óbvio que teve um monte de coisa errada, mas foi muuuito bom!
Aquela iluminação tava fantástica!
E como sempre a gente aprende algo, eu aprendi que não é porque a pessoa fala algo com paixão que aquilo é verdade ou tem fundamento...
A mina cantava com todo o coração "oh let's go back to the stars". STARS!
Fica bem mais poético, mas não condiz com a verdade.
Repare se na sua vida não tem alguém assim também, ou se você mesmo não faz isso às vezes.
Não tem certeza, mas demonstra convicção na fala.
Depois se arrepende, volta atrás, muitas vezes tarde demais. Somos todos muito influenciáveis.
Principalmente quando a gente gosta de alguém.
O que ela falar é lei! [Tragédia à vista!]

Just because I'm losing doesn't mean I'm lost.
;D

No dia seguinte, fomos à Starbucks, comemorar dezenove aninhos.
Chocolatinho gostoso. Um parabéns, um bolo, um filme terrível depois, horas de conversas e eu dormi MUITO feliz.
Feliz por pensar que contribuí para um mundo melhor!
Nesse dia eu descobri o quanto eu fico contente em esclarecer assuntos pendentes (Ou não! Nem sempre!).
[aloka]

Depois, níver da Melzinha, um Haagen-Dazs pra variar, e uma companhia que está sempre conosco, mesmo que não fisicamente, mas nos pensamentos e no coração. (L)

Depois disso, os dias que se seguiram foram de risos, lágrimas, risadas, angústia, alegria.
Tudo junto e misturado.
Porque a vida é assim.
Aceite ou não.

Live and let die.

Se for pra acontecer vai acontecer, por mais que fujam, um dia os caminhos se cruzam!
E o que dizer daquela preguicinha ocupada com aquelas conversas sobre o passado, a vida, o trabalho e tudo mais?
Quase uma discussão filosófica sobre o 'por que' da vida.
hahaha
E nunca é tempo jogado fora. NUNCA.
=P


Quem rí por último rí melhor.
Já ouviu falar?
Então não venha se gabar por algo que ainda não tem nenhuma estabilidade.
Nem venha com grosserias com alguém que sempre só desejou o seu bem.
Trouxa.



Fim.


Beijos aos que me acompanham na loucura e na sanidade!
=***