segunda-feira, 19 de julho de 2010

Noite


E no escuro daquele quarto com paredes infinitas ela estica o braço para tocar aquele rosto tão familiar mas ao mesmo tempo às vezes tão desconhecido.
No silêncio da noite só existem os seus carinhos.
O mundo parou para que ele se deliciasse com as mão macias que ela usa para afagar seu rosto e a sua barba mal feita de sempre.
Ele se vira para ela e a beija.
Com lábios de saudade, com a força de quem tenta expressar seu amor.
Os cabelos recebem o cafuné mais delicioso que alguém já pode ter experimentado.
Do rosto passa para o cabelo, do cabelo a mão naturalmente desliza para suas costas.
As costas recebem aquelas mãos divinas em movimentos especialmente relaxantes e excitantes.
Difícil dizer qual é a real intenção. As sensações se misturam e intercalam.
Ela se realiza ao ouvir o barulho do sorriso dele.
Sim, sorrisos têm som, quando observados entre quatro paredes, no mais absoluto silêncio das madrugadas.
E pra eles qualquer lugar servia de abrigo. Já que o abrigo propriamente dito é o braço do outro se cruzando nas costas, num quase abraço de urso, não fossem braços tão curtos.


Não importa onde, importa quem.
Não importa quando, importa o quê.
;)

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