terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A paisagem da sua janela



Ela já não se lembra mais como tudo começou.
Como é que desconhecidos viraram amigos em tão pouco tempo.
Como é que um cara tão especial estava assim, perdido no mundo, largado, sozinho.
Ele é verdadeiramente a pessoa mais fofa do universo.
Ambos sabiam muito bem disso.
Mas desde o começo ele sabia que ela não era o feminino desse adjetivo.
Ela vinha como um furacão, bagunçava todas as coisas ao seu redor, e deixava marcas que jamais se apagariam.
Ele estava consciente do quanto ela demonstrava perigo a qualquer um que ousasse se envolver.
Ela tinha uma lógica totalmente confusa.
Óbvio, ela é mulher. Louca, apaixonada, intensa e incendiária.
Ela dizia que queria paz e tranquilidade.
Ele queria o mesmo, mas parece que não bastava terem os mesmos desejos, faltava alguma coisa.
Apesar disso, nada impediu que eles se tornassem amigos e companhias super agradáveis naquelas ocasiões em que se um não tivesse o outro, estariam sozinhos.
Foram comedorias, ensaios, baladas, festas pra falar sobre bonobos e filosofar sobre o método de 'reprodução' dos abacaxis.
Impossível segurar o riso ao lembrar da tarde mais viajante do mundo.
Há tempos ela não sabia o que era se divertir daquele jeito.
Um riso frouxo se instalou nela aquele dia, foi a tarde mais hilária dos últimos tempos.
Na ida, ela resistiu ao impulso de seguir aqueles que estavam indo pro mesmo lugar, resolveu seguir o próprio caminho.
Sorte dele, que aceitou sua decisão. Eles chegaram primeiro, foram pelo caminho mais curto.
E a discussão no caminho de volta só serviu pra reforçar que 'ela sempre tem razão'.
Ele era super inteligente, cavalheiro, prestativo, carinhoso, gentil.
E ela sempre com os pensamentos na lua, sonhando com coisas que no fundo não a faria feliz.
Mas é sempre assim, a gente escolhe sempre o que demonstra ser mais difícil.
Super compreensível, qual seria a graça de viver sem emoção, sem aquele aperto no peito, denunciando que a necessidade de conquista era diária.
Que se ele fosse até a esquina sozinho, talvez não voltaria sem uma bela companhia.
Mas foi assim que ela acabou escolhendo o caminho mais duro.
Ela tinha convites [da 'sogra'] pro Natal.
Ela tinha o cara mais fofo do universo nas mãos.
Ela tinha tudo pra ser feliz.
Mas às vezes tudo não é suficiente.
E às vezes você magoa alguém por coisas tolas.
Às vezes você não pensa no quanto você pode estar desapontando alguém que tanto te admira.
E quando você pensa que as coisas se resolveram, que vocês voltaram a ser bons amigos, vem uma conversa com clima pesado e estranho.
Eram as brincadeirinhas bobas tendo peso de realidade.
Não! Ela é boba, tola, burra e loira...
Mas jamais repetiria a cena ou faria algo pra te ver com aquela mesma cara de desapontamento.
Afinal de contas, ela também tem sentimentos.
E sabe muito bem o que é passar pelo que você passou.
Nada justifica o que ela fez, e por isso ela ficou tão triste com aquela briga, quando pareceu que ela ainda seria capaz de te magoar novamente.
Ela não seria capaz.
Não mais.
Nunca mais.
Ela quer mais é te ver feliz, seguindo seu caminho, com ou sem uma pessoa ao seu lado.
Ela só quer deixar bem claro que você é especial.
Que você tem uma cadeira cativa no coração dela.
E que no que depender dela, você vai encontrar uma garota tão fofa quanto você, à sua altura, pra te fazer companhia pro resto da vida.
Pra que vocês possam contemplar a maravilhosa paisagem vista da sua janela.




Pra você ser especial só precisa ser você.


Update: Não digo que tenho carinho por você porque carinho a gente tem até pelo cachorro de rua que chega perto com carinha de triste. hahaha (Y)

1 comentários:

Vanessa Camargo disse...

Com o tempo descobrimos a diferença, a sutil diferença entre CONHECER o caminho e TRILHAR o caminho.

Te amo.
^^

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